precarização do trabalho

A precarização do trabalho durante a pandemia por Covid-19

Com o advento da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), a precarização do trabalho ganhou mais destaque, principalmente após medidas adotadas no Brasil, como a edição do decreto sobre o número de serviços públicos e a realização de serviços essenciais atividades durante a epidemia.

Diante da nova ordem, nem todos os trabalhadores poderão usufruir das precauções recomendadas pela OMS, como isolamento e distanciamento social, pois muitos precisam continuar trabalhando, mantendo maior risco de exposição ao vírus e à doença.

A precariedade do emprego de longa data apresenta uma dinâmica difícil de responder à pandemia, ao mesmo tempo que agrava a instabilidade estrutural, pois inclui maior flexibilidade nas condições de trabalho e sobreexploração dos trabalhadores. Saúde, alimentação, petróleo, transporte e outros campos.

A Realidade no Brasil e no mundo

Atualmente no Brasil, essa instabilidade abrange as mais diversas regiões das menos desenvolvidas às mais desenvolvidas, gerando insegurança no emprego, mobilidade laboral, fragilização das relações laborais, levando a prejuízos em diversos setores da economia, muitas vezes promovendo a informalização, a precarização do trabalho, deterioração das condições e desemprego.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que em 2020 cerca de 9 milhões de trabalhadores em todo o mundo, principalmente trabalhadores informais, totalizando 1,6 bilhão, estavam na pobreza e perderam 60% de seus rendimentos de trabalho em abril de 2020. regiões como África e América Latina.

Nas relações laborais, sabe-se que o emprego é a base da sobrevivência do indivíduo, pois é através do emprego que ele obtém salários e capital. Além disso, promove a realização pessoal e o reconhecimento na busca da dignidade como ser humano. Contudo, também pode causar estafa mental, ansiedade, desequilíbrio físico e emocional, também conhecido como Doenças Psicossomáticas.

As exacerbações das más condições de trabalho podem ser afetadas pela reestruturação produtiva da economia, mas também têm dimensões próprias, tais como: vínculos empregatícios e relações contratuais; organização e condições de trabalho; instabilidade da saúde do trabalhador; enfraquecimento do reconhecimento social, valorização e Processos de constituição de identidade individual e coletiva e representação e organização coletiva (sindical).

Portanto, é preciso compreender que a saúde do trabalhador reflete uma série de determinantes, como alimentação adequada, moradia, educação, lazer, transporte, condições de proteção social vivenciadas em um ambiente saudável. No entanto, à medida que os trabalhadores vivenciam mudanças nas relações de trabalho e nas condições de trabalho, isso também pode levar ao adoecimento mental e físico.

Perante condições de trabalho sobrecarregadas e precárias, os profissionais de saúde considerados essenciais tiveram que enfrentar uma série de dificuldades ao longo da pandemia de Covid-19 devido ao aumento da jornada de trabalho, excesso de tarefas e falta de acesso a equipamentos de proteção individual, isolamento do mundo exterior social rede de apoio (família, amigos), medo, insegurança, desgaste físico e mental.

Além disso, esses trabalhadores devem vivenciar os desafios da pandemia permeados por reformas trabalhistas que liberalizaram a forma de contratação dos trabalhadores e reduziram as garantias de bem-estar e proteção social.

Os trabalhadores da saúde são os que ocupam o maior número de contratos de terceirização, e no Brasil, após aprovação de leis que liberaram a terceirização ilimitada (Leis nº13.429 e nº13.467, de 2017), retirando direitos trabalhistas, resultaram em repercussões psicossociais e psicopatológicas decorrentes da precarização do trabalho mais intensificada, tornando os trabalhadores essenciais mais vulneráveis a exposição do Sars-CoV-2.

É necessário compreender que a flexibilização e más condições de trabalho colocam em risco a vida do trabalhador, tornando-o mais vulnerável, comprometendo o enfrentamento da doença, visto que pode inviabilizar o funcionamento dos setores ditos essenciais como o próprio sistema de saúde.

Fonte: PEBMED

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