Desafios e crescimento da Engenharia Clínica no Brasil

Desafios e crescimento da Engenharia Clínica no Brasil

A Engenharia Clínica no Brasil já vem se tornando mais consolidada e aprimorada, mas ainda enfrenta muitos desafios. O avanço das tecnologias afetou o funcionamento e a rotina de todos os setores do mundo. Com o menor contato do humano às máquinas, a responsabilidade dos ajustes e manutenções aumentou drasticamente.

Nos Brasil, após os anos 90, com a abertura econômica do mercado nacional, marcou-se o fim do processo de burocracia das importações e das dificuldades em gerar tecnologia própria mais sofisticada.

Os equipamentos hospitalares se tornaram mais modernos e complexos. E a exigência de um engenheiro clínico em um hospital se tornou obrigatória.

O grande problema, é que a oferta desses profissionais no mercado ainda é muito pequena. De acordo com um levantamento feito em 2019 pela Associação Brasileira de Engenharia Clínica (ABEClin) consta que o Brasil conta com 4 mil profissionais, entre técnicos e engenheiros.

Cenário da Engenharia Clínica no Brasil

Até novembro de 2020 tivemos 5.530 hospitais públicos e 4.397 hospitais privados. Por essa questão, vemos o quanto ainda temos que avançar no crescimento da área para suprir a demanda do mercado.

Com a Pandemia tivemos o aumento de mais de 47% de leitos no Brasil. Um levantamento feito pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) a partir de dados do Ministério da Saúde mostra que o total de leitos de UTI públicos e privados passou de 45.427 em janeiro para 66.786 em junho de 2020. 

No Brasil, a Engenharia Clínica introduziu-se pressionada pelo aspecto financeiro, devido ao alto índice de equipamentos desativados e parados pela falta de manutenção e treinamento adequado. Entretanto, sua implementação foi dificultada por fatores como a insuficiência de profissionais capacitados, além da falta de uma política clara para este setor (ANTUNES, 2002). 

Entretanto, a partir de 2000 alguns paradigmas começaram a ser alterados na área da saúde. A ANVISA principiou um maior incentivo em relação à qualidade de equipamentos e procedimentos na área hospitalar. Além disso, implementou a obrigatoriedade de certificação dos equipamentos médico-hospitalares comercializados no Brasil (CALIL, 2004).

Além desse fato, houve um aumento na competição entre os hospitais devido ao crescimento dos convênios de saúde, sendo ampliadas também as opções para escolha do hospital onde o paciente desejava ser tratado, demostrando um aumento do nível de exigência. 

A competição no setor hospitalar pode ser analisada de forma diferente da competição tradicional existente nos demais setores, na qual a concorrência de preços e maximização de lucro são os principais elementos que impulsionam a concorrência. A visão tradicional da competição hospitalar tem mostrado que os hospitais disputam principalmente no que se refere à qualidade, de modo a investir em equipamentos sofisticados, atrair profissionais da saúde e oferecer um ambiente agradável, para atrair pacientes (NOETHER, 1988).

No setor público, ainda que a competição não seja um fator relevante, a criação de grupos de Engenharia Clínica foi estimulada pelos processos de acreditação hospitalar, resultando no aprimoramento do gerenciamento de equipamentos médico-hospitalares. 

Ainda que tenha seu perfil desenvolvido para atuar em ambientes hospitalares, o engenheiro clínico tem sido cada vez mais requisitados pelas indústrias fornecedoras de equipamentos médico-hospitalares para funções de desenvolvimento, homologação e certificação, além do suporte técnico.

Com essa informação, já conseguimos destacar a precariedade de profissionais capacitados na área da saúde no Brasil, visto que a demanda de profissionais ainda é baixa, para o setor hospitalar e também para indústria.

O profissional da área, atualmente, deve possuir conhecimentos para controle de custos dos equipamentos (tanto para manutenção, quanto operação), normas técnicas, gerenciamento de riscos e avaliação tecnológica, conceitos de segurança elétrica e confiabilidade dos equipamentos, investigação de incidentes, critérios para certificação de equipamentos e atividades para acreditação hospitalar (CALIL, 2004).

Fonte: Desafios e crescimento da Engenharia Clínica no Brasil

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