Biossegurança E Desinfecção De Materiais De Moldagem E Moldes Para Profissionais De Prótese Dentária – Diferentes Técnicas de Desinfecção

Biossegurança E Desinfecção De Materiais De Moldagem E Moldes Para Profissionais De Prótese Dentária – Diferentes Técnicas de Desinfecção

Da mesma forma que todo paciente que entra em uma clínica dentária deve ser sempre tratado assim como um indivíduo acometido por quaisquer infecções, porém sem sinais e sintomas de determinada doença os moldes, registros de mordida, modelos, componentes, entre outros devem ser recebidos pela equipe de Prótese Dentária como se esses materiais não tivessem sofrido desinfecção pelos Dentistas.

A responsabilidade do procedimento de desinfecção é do Cirurgião Dentista (CD), mas infelizmente muitas vezes esse procedimento é negligenciado e cuidados extras devem ser realizados pela equipe de Prótese.

Mas a biossegurança nunca pode ser menosprezada na prática odontológica e a infecção cruzada sempre deve ser controlada para os riscos biológicos se reduzirem ao mínimo.

Desinfecção

Métodos de desinfecção e esterilização de equipamentos, instrumentais e
materiais odontológicos são necessários para evitar a disseminação
de patógenos:

1 Entre pacientes;
2 Paciente para os profissionais;
3 Profissional para o paciente;
4 Entre profissionais, especialmente na relação clínica/laboratorial.

Por isso existem diferentes técnicas de desinfecção que precisam ser desenvolvidas pela equipe de prótese dentária.

Diferentes técnicas de Desinfecção

Glutaraldeído

Contra indicado por oferecer muitos riscos ao usuário, porém é capaz
de produzir desinfecção de alto nível, com um amplo espectro e
mecanismos de ação rápida, conhecido também como “esterilizador
químico”.

Pode destruir todos os tipos de microorganismos (incluindo
bactérias e fungos esporulados, bacilo da tuberculose e vírus) se
usado na concentração e forma correta.

É um líquido colorido de odor forte que oferece alguns riscos aos usuários.

Apesar de ser considerado o melhor desinfetante para esterilização à frio, tem seu uso proibido em alguns países por não ser biodegradável.

Assim como pode causar irritação aos olhos, pele e trato respiratório.

Deve ser manipulado só em recipientes fechados, em ambiente possuindo exaustor ou boa ventilação e mantendo a temperatura baixa da solução, para reduzir a concentração do produto no ar.

Manipular com luvas de nitrilo.

Hipoclorito de sódio

Produz desinfecção de nível intermediário e tem amplo espectro
de atividade antimicrobiana.

Um desinfetante muito utilizado com vantagens bem como:

  • Rápida atividade antimicrobiana;
  • Fácil uso;
  • Solúvel em água;
  • Relativamente estável;
  • Não tóxico na concentração indicada;
  • Baixo custo;
  • Não pigmenta os materiais;
  • Não inflamável;
  • Incolor.

As desvantagens incluem:

  • O fato de ser irritante para mucosas;
  • Menos eficiente em meio ambiente orgânico e efeito corrosivo em metais.

Pelo fato do seu mecanismo de ação ser por oxidação, a Desinfecção tem alto efeito contra o vírus COVID-19.

Estudo avaliou o efeito desse produto na concentração de 1% sendo
borrifados em moldes de alginato, previamente lavados em água
corrente e secos e não encontraram alterações dimensionais severas
ou rugosidades nos modelos obtidos à partir desses moldes.

No entanto, a literatura descreve pequenas alterações dimensionais quando usando imersão do molde por 15 minutos em solução com concentração 0,5%.

Iodofórmio

Nível de desinfecção baixo à intermediário, sendo bactericidas, micobactericida e virucida. Também é fugicida, mas requer mais tempo de contato para ação.

Melhor usado como antisséptico do que como desinfetante.

Não é esporicida e pode causar pigmentações, não é inflamável e tem efeito irritante nas membranas e mucosas.

Materiais orgânicos remanescentes na superfície podem levar a neutralização da capacidade desinfetante do iodine, por isso que é necessário um contato maior do desinfetante para completar a desinfecção.

De acordo com estudo, 30 minutos de exposição a povidine-iodine (0,1%) não causou distorções significativas em moldes de materiais à base polisulfitos e polivinilsiloxane.

Desinfecção por Álcool

Providenciam nível intermediário de desinfecção, isso inclui o álcool isopropílico e o etílico à 70%, o isopropílico é habitualmente usado assim como antisséptico.

Superfícies de consultórios podem também ser desinfetadas com álcool isopropílico 70%. Álcool etílico é mais potente na atividade bactericida do que bacteriostática.

Também atua sobre o bacilo da tuberculose, fungos e vírus.

Não são indicados como desinfetantes de moldes por que podem causar alterações nas superfícies dos mesmos.

Também não são indicados para desinfecção de bases acrílicas de próteses.

Fenóis

São classificados como de nível intermediário de desinfecção.

Também conhecidos como venenos protoplasmáticos, em baixas concentrações promovem lise de bactérias em crescimento do
tipo e.coli, staphylococcus e streptococcus.

Possuem propriedades antifúngicas e antivirais, usados em bochechos, sabonetes e limpeza de superfícies não indicados para desinfecção de moldes.

Uso incompatível com látex, acrílico e borracha.

Clorexidina

Desinfetante e antisséptico de nível intermediário.

Tem amplo expectro de atividade e também é usada bem como substância antipútrida.

Tem uso habitual na forma de enxaguatórios orais e sabonetes. É
bactericida, virucida e micobacteriostático.

Sua atividade diminui na presença de material orgânico, uma vez que é dependente do pH.

Estudo considera que pode ser utilizado na concentração de 0.2%
substituindo a água para preparar o alginato.

Por isso o molde pode também ser imerso em clorexidina e proporcionar uma desinfecção efetiva.

Considerado também um produto indicado para desinfecção de próteses que contenham componentes metálicos, durante as idas e vindas da clínica ao laboratório características do processo

laboratorial (uma vez que o hipoclorito de sódio não seria indicado pela presença do metal).

Água ionizada

O ozônio é uma molécula gasosa inorgânica, tem atividade
DESINFECÇÃO antimicrobiana, anti hipóxica, analgésica e imunoestimulatória.

É usada para desinfecção de águas, cavidade oral e dentaduras.

A água ozonizada pode ser usada também para a desinfecção de moldes.

Estudos mostram bons resultados de desinfecção usando água ionizada
produzida por uma máquina especifica em moldes contaminados com P. Aeruginosa, S. aureus e C. albicans.

Os autores consideram ainda que a água ionizada é mais biocompatível do que o hipoclorito de sódio, clorexidine ou água oxigenada e pode ser usada com imersões por mais tempo para conseguir desinfecções mais efetivas.

Ácido Peracético

Tem vantagens bioquímicas que permitem a sua utilização de alto
nível na área médica.

Características do ácido peracético assim como pH favorável, boa capacidade antimicrobiana e baixa toxicidade, sugerem propriedades para a desinfecção de moldes na rotina odontológica.

É utilizado na proporção de 1% para desinfecção de moldes, sua capacidade anti microbiológica foi comprovada em estudo microbiológico, porém estudos de estabilidade dimensional não foram encontrados.

Considera-se também a esterilização de moldes, ou dos modelos de gesso utilizando irradiação por micro-ondas.

Mas essas causam alterações na integridade da membrana celular e do metabolismo celular que leva a morte microbiana.

É considerado um método simples, de baixo custo e efetivo de desinfecção.

Da mesma forma é indicado para desinfecção de próteses totais e também de moldes.

Por isso, alguns estudos mostram a efetividade desse método quando associado ao peróxido de hidrogênio, sem causar alterações nos materiais.

Assim como o uso da radiação ultra-violeta também é descrito e defendido por estudo de Nimonkar e colaboradores que comparou esse método com a desinfecção química utilizando hipoclorito de sódio a 1% e Glutaraldeido a 2% em relação à estabilidade do polivinilsiloxane.

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